sexta-feira, 29 de março de 2013

Entrevista: Carrossel de Emoções

Carrossel de Emoções lançará CD em breve./Foto: Divulgação
Criado com o propósito de resgatar os grandes sucessos do funk da década de 90 ao som de samba, o grupo Carrossel de Emoções, já colhe em pouco tempo o sucesso de ser o primeiro bloco funk do Brasil. Composto por 19 integrantes, já acumula apresentações em programas de televisão e shows em diversos estados. Abaixo você confere a entrevista exclusiva que um dos cantores do grupo, Fernando Guina deu ao blog do Caio Fiusa.

Caio Fiusa:
São apenas 6 meses de grupo e vocês já estão fazendo bastantes shows, até mesmo fora do Rio. Apesar do funk ser um estilo musical bem carioca, nos outros estados o público sabe as músicas, canta junto?

Fernando Guina:
Na semana que vem a gente completa 50 shows. Já tocamos para 20 mil pessoas em todo o Brasil, lugares como Brasília, Fortaleza, São Paulo e vamos tocar em Florianópolis nessa sexta feira. Por incrível que pareça as pessoas sabem. Em Fortaleza, tocamos semana retrasada para 3 mil pessoas, ingressos esgotados e cantaram do início ao fim. Claro que em alguns lugares as pessoas conhecem menos, mas região Sudeste e até mesmo no Nordeste a galera conhece.

CF: Por ser o primeiro bloco funk do Brasil, esperava a receptividade do público em tão pouco tempo? E como está sendo o crescimento do grupo?

FG: Com certeza não. Imaginava que fosse fazer um sucesso, mas não dessa forma. Nós fomos ao Big Brother (grupo se apresentou na Festa Folia) e ao Esquenta, ontem gravamos um programa ao vivo na FM O Dia e já estamos gravando um CD com as participações do Buchecha e do Bruno Cardoso do Sorriso Maroto, que vai entrar na rádio em breve. Começou como uma brincadeira e virou uma coisa séria. Hoje, já é uma empresa com alguns funcionários. Estamos com agenda lotada até agosto, fim de semana disponível não tem mais.

CF: Fale mais sobre o CD e a participação do Bruno Cardoso. Já existe projeto de lançar um DVD também?

FG: O Bruno Cardoso está produzindo o nosso CD. Nós vamos lançar uma música composta pelo Nico Andrade que fez Assim você mata o papai. Estamos com uma galera bem forte para fazer esse trabalho dar uma bombada. E DVD ainda estamos estudando, mas com certeza vai sair esse ano.

CF: E o Buchecha?

FG: O Buchecha é padrinho oficial do bloco. Ele é meu amigo pessoal, nos levou ao Esquenta e vai gravar a música Carrossel de Emoções com a gente.

CF: Além de você, o Carrossel de Emoções tem mais três cantores. Tem alguma diferença musical, cada um tem as suas músicas já definidas?

FG: Tem a diferença no estilo visual. Eu faço o estilo mais playboy, por exemplo. A gente vai se complementando. Na questão vocal não tem nenhuma diferença, geral canta tudo. Temos o repertório ensaiado para cada um, mas nos shows sempre rola um improviso.

CF: Como foi a adaptação do funk para o samba?

FG: São ritmos que se complementam, não é muito complicado. O mais complicado é ensaiar a bateria. A gente teve que fazer muitos ensaios para chegar ao ideal, isso veio com o tempo. Hoje, posso dizer que está bem redondo.

Guina acredita em uma apresentação
do bloco no Rock in Rio./Foto: Divulgação
CF: No grupo tem um DJ. Qual a participação dele nas apresentações?

FG: O DJ faz umas interações no meio das músicas, abre e fecha os shows e na hora do improviso solta o batidão.

CF: A formação mescla integrantes com experiência em blocos como Bangalafumenga, Rio Maracatu e AfroReggae. Isso foi pensado para criar um grupo bem diversificado?

FG: Não. As pessoas que foram nos procurando lá no começo, um foi chamando o outro. Toda essa galera tem uma vivência forte em bloco. Nosso mestre em bateria foi por muito tempo repique número um no Monobloco. Às vezes a galera toca em mais de um, mas agora estão mais com a gente por conta da agenda.

CF: Em uma entrevista ao O Globo, vocês disseram que o funk foi o único ritmo que não esteve no Rock in Rio. Porque acha que isso aconteceu? Acredita em um dia tocar lá?

FG: De repente as pessoas não enxergam o funk de uma forma tão grande para estar em um festival como o Rock in Rio. Mas não me surpreenderia se a gente fosse, já está tendo um tipo de conversa. O Monobloco já tocou e acabou abrindo uma porta. Antes de funk, somos um bloco, tentamos vender essa imagem de ''bloco funk''. Nós não somos MC´s.

CF: Acha que essa mistura entre samba e funk facilita o crescimento de vocês?

FG: Acho super viável. A gente vai fazer o encerramento de um festival de rock em julho, o Fest Valda no Circo Voador. É um concurso de bandas independentes e nós fomos escolhidos através de uma votação. A galera abraça a causa, mesmo sendo funk. Acho que por ser um bloco que faz essa brincadeira as pessoas curtem. Não vejo nenhum problema de tocarmos em um festival como o Rock in Rio, que já está se abrindo para outros estilos.

Entrevista realizada quarta feira 27/03/2013 por telefone
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Críticas, dúvidas e sugestões: fiusa.caio@gmail.com

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