terça-feira, 29 de setembro de 2015

Não falta talento!

Dunga não vai comandar a Seleção Olímpica nos próximos
dois amistosos./ Foto: Getty Images
Nesta segunda feira, dia 28/09. Dunga convocou 22 atletas para os próximos amistosos da equipe sub-23, que vai ser comandada por Rogério Micale. Micale que foi vice-campeão mundial sub-20 com um time que ele não convocou. Nove atletas chamados atuam no exterior e eu não tenho dúvida de que eles poderiam ser substituídos por outros que estão disputando o Campeonato Brasileiro de 2015, numa hipotética relação de convocados que só jogam no país.
A lista de Dunga, divulgada no último dia 28, com 14 nomes
que atuam no Brasil. 



Dentre os clubes que disputam a Série A, acredito que apenas o Joinville não possui um jogador com potencial para vestir a camisa da Seleção Olímpica neste momento. A Chapecoense conta com o lateral direito Caramelo, que surgiu bem no Mogi Mirim e, mesmo não conseguindo repetir as boas atuações no São Paulo, acredito que pode vingar. O Figueirense tem o bom atacante Clayton, autor de três gols no Pan-Americano de Toronto e possível reforço do Corinthians para o ano que vem.

O Sport aproveitou a competência de Eduardo Baptista em lançar meninos da base e tem no seu elenco profissional Neto Moura, volante de 19 anos, com quem estendeu contrato até 2019. Quando era treinador do Leão, Baptista disse que Neto Moura era ''a grande aposta, a cereja do bolo. Minha promessa para 2015''. Estes são alguns exemplos. Dentre os ''estrangeiros'' temos: um goleiro, um lateral direito, dois zagueiros, dois volantes, um meia e um atacante.

No gol, Jordi não é unanimidade no Vasco, mas pode contribuir com a experiência e pressão do profissional. Na lateral direita, eu daria uma chance ao já citado Caramelo. Na zaga temos bons nomes para o futuro: Samir (Flamengo), Luan (Vasco), Gustavo Henrique (Santos), Juninho (Coritiba) e Nathan (Palmeiras).

Pego no anti-doping,  Renan tem desfalcado o Avaí.
Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS
Entre os volantes, aposto em Renan, do Avaí. O jogador foi pego no antidoping em agosto e por isso tem desfalcado a equipe catarinense na competição. Com apenas 17 anos, o atleta vinha tendo uma sequência de jogos e demonstrando regularidade no meio de campo do Leão da Ilha. Acredito que a transferência para um clube de maior destaque no cenário nacional dará visibilidade ao talento da joia avaiana.

Outro que merece citação é Otávio, do Atlético/PR. Para um jogador de marcação, o atleticano tem baixo número de faltas (1.5 por jogo). Além disso, não se limita a roubar bolas, mas sabe chegar ao ataque, tendo finalizado 20 vezes e dado uma assistência em 23 partidas com a camisa rubro-negra. Rodrigo Dourado (Internacional), Jajá (Flamengo), Thiago Maia e Lucas Otávio (Santos) e Neto Moura (Sport) também têm qualidade para vestir a amarelinha.

Na armação, quem vive o melhor momento é Gustavo Scarpa, do Fluminense, apesar de não ser O camisa 10. Para esta função especificamente, gosto de Marcos Guilherme (Atlético/PR). O baixinho do Furacão pode atuar mais centralizado ou aberto pela esquerda. Espero melhores jogos de Gerson, do Fluminense. O mais badalado menino de Xerém ainda não correspondeu à toda expectativa que o cerca.

Na frente, Carlos (Atlético/MG), Alisson (Cruzeiro) e Marcos Jr. (Fluminense) mostram amadurecimento nesta temporada. Allano e Judivan (Cruzeiro) e Leandro (Santos) ainda precisam de tempo. O primeiro pela recente promoção ao profissional e a fase conturbada que vive o atual bicampeão brasileiro. O segundo é atrapalhado por uma grave lesão, sofrida ainda no Mundial sub-20, em junho deste ano. O terceiro tenta recuperar o futebol, esquecido durante o longo tempo na reserva no Palmeiras.

Revelação em 2014, Érik voltou a mostrar bom futebol.
 Foto: André Costa / Futura Press
As melhores opções que ficaram fora desta lista são Biro Biro (Ponte Preta) e Érik (Goiás). O primeiro é artilheiro do clube campineiro na competição. O segundo, revelação do Brasileirão do ano passado e já vendido para o Fenebahçe, da Turquia, teve problemas de comportamento no início do ano, retomou o lugar no time titular e faz a diferença na equipe goiana, sendo o artilheiro com sete gols e jogador mais perigoso do Esmeraldino.

Para a disputa dos Jogos Olímpicos no Rio em 2016, apenas 18 farão parte do elenco que tentará a inédita conquista, sendo que três vagas podem ser preenchidas por atletas acima de 23 anos. Uma delas já tem o nome de Neymar. A briga por um lugar entre os selecionados vai ser intensa e de alto nível.

Por todos esses nomes (claro que alguns podem não se tornar aquilo que esperamos) tenho a convicção que, hoje, o que mais temos, são bons jogadores jovens, oriundos das bases brasileiras. Penso que o que falta é um comando competente, não na base, mas na principal, para recuperar o futebol ofensivo, alegre e vencedor, que o torcedor brasileiro tanto carece. Jogamos para não perder, não empolgar e não evoluir.

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