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Pedro Beda chegou ao Heerenven em 2008 e disputou somente 5 partidas./ Foto:globoesporte.com |
De futuro artilheiro do Flamengo a provável titular no Lucena, clube da terceira divisão espanhola, nesta temporada. Este é o rumo que a carreira de um dos mais promissores jogadores, nos anos recentes, da base do time mais popular do Brasil, tomou. Apelidado de ''Batistuta da Gávea'' devido ao faro de gol apurado e aos cabelos compridos, Pedro Beda surgia como a solução para o até então, problema da camisa 9 rubro negra. Mas, antes que o torcedor pudesse ver a promessa em campo pelos profissionais, o clube o negociou com o Heerenveen, da Holanda. No país europeu, ele chegou para ser o substituto de Afonso Alves (lembra dele?) que, na temporada anterior havia marcado 34 gols na Eredivise e conquistado a Chuteira de Ouro do continente e uma chance na seleção de Dunga. De lá para cá, o jogador acumulou idas e vindas e, aos 25 anos, tenta retomar a fase artilheira distante dos holofotes. Você confere a seguir, a entrevista que Pedro Beda deu ao Plano Tático. Boa leitura!
Nome: Pedro Henrique Beda
Nascimento: 05 de março de 1989
Clubes: Flamengo (2002-2008), Heerenveen-Holanda (2008-2010), Emmen-Holanda (2009-2010), Corinthians B (2010), Bahia (2011), Avenida (2012), Moreirense-Portugal (2012), River-PI (2013), Olympique Khourigba-Marrocos (2013), Rudar Prijedor-Bósnia (2014), Lucena(2014-atual)
Caio Fiusa: Eu gostaria que você começasse falando sobre o Flamengo. Quais as lembranças que tem do clube?
Pedro Beda: O Flamengo foi onde tudo aconteceu. Fui muito feliz nos meus 7 anos de clube. No Flamengo eu aprendi a jogar futebol e cresci na vida. Foi coisa de Deus quando surgiu o interesse. Eu não acreditei. Eu lembro que disse para a minha mãe que voltava em uma ou duas semanas, e aí as coisas deram certo e acabei ficando! Eu não sei como ela deixou. Acho que o meu pai ajudou né, porque ele é flamenguista roxo. (risos) A partir dali, fiquei longe da minha família e dos amigos.
CF: Você chegou com apenas 12 anos ao Rio de Janeiro. Muitos jovens acabam se perdendo no caminho até o profissional. Quem te ajudou nos tempo de Flamengo?
PB: Eu sempre tive o apoio da minha família, eles me ajudaram muito. Mas, as pessoas que trabalhavam na Casa do Flamengo (hoje localizada no CT Ninho do Urubu), lugar onde a gente da base ficava, os psicólogos e treinadores, sempre me ajudaram também.
CF: Você acha que, pelo Flamengo ter tido seguidos problemas com atacantes, e você vir se destacando na base, havia uma pressão muito grande em cima de você?
PB: Sim, com certeza havia pressão, mas não só em cima de mim como em de todos os jogadores. Pressão em cima de mim por ser o 9? Nem tanto. Na minha época de categorias de base, existia a pressão para ganhar os títulos. Não sei como está agora.
CF: O apelido ''Batistuta da Gávea'' ajudou ou atrapalhou?
PB: Nem um nem outro porque falaram isso mais quando eu saí. Eu até que gostava do apelido.
CF: Você acompanha o Flamengo? Tem vontade de voltar ao clube?
PB: Acompanho mas não como antigamente. Sempre que posso vejo as notícias, melhores momentos, gols da partida...Se eu tiver a oportunidade de voltar ao Flamengo eu volto! Tenho um carinho muito grande pelo clube e posso dizer que fui criado lá. Foi muito difícil tomar a decisão de sair porque não era a minha vontade. Eu queria jogar pelo profissional, no Maracanã lotado. Pedi chances entre os profissionais mas não me deram. O Flamengo tinha muitos atacantes na época como Souza, Obina, Diego Tardelli...O Paulo Sérgio tinha oportunidade e eu não. Quando veio a proposta do Heerenveen, pensei muito. A diferença era que lá eu ia jogar profissionalmente e o clube estava na Europa League.
CF: Ainda mantém contato com algum atleta que jogou com você?
PB: Não muito, às vezes falo com os que jogaram comigo como Erick Flores, Camacho e Welinton.
CF: Quando você chegou ao Heerenveen, da Holanda, o Afonso Alves tinha conquistado a Chuteira de Ouro na Europa, como maior goleador dos campeonatos nacionais, e acabado de ser negociado com o Middlesbrough, da Inglaterra. Você acha que foi contratado para substituí-lo? Você disputou apenas cinco partidas oficiais e não marcou gol. Essa pressão por repetir o sucesso dele, pesou no seu desempenho?
PB: O meu caso foi diferente. O Afonso já tinha uma bagagem no futebol e na Europa. O plano do Heerenveen era me preparar para o futuro. Eu cheguei ao clube e não joguei. Eles queriam me fazer ganhar experiência. Tínhamos uma equipe muito boa e, por isso, não tive muitas oportunidades. Mas pelo time B, marquei 19 gols.
CF: Depois de apenas 5 partidas disputadas pelo Heerenveen, você acabou emprestado para o Emmen, da segunda divisão local. Lá foram 17 jogos e apenas 3 gols. Como você justifica esses números?
PB: Fui para o Emmen contra vontade. Sofri pressão e posso dizer que fui obrigado a ir, já que o Heerenveen tinha feito essa parceria. Eu jogava mais de meia e ponta, fora da minha posição.
CF: Alguns veículos de comunicação holandeses noticiaram na época que você teve um desentendimento com o treinador do Emmen. O que aconteceu?
PB: Não foi bem um desentendimento. Eu nunca tive problemas com treinadores. Quando eu fui para lá, o clube não queria me dar uma moradia e a cidade era a 100 km de Heerenveen. Eu já tinha a minha casa e não podia ter uma segunda por causa dos custos. Era muito cansativo dirigir todos os dias essa distância e às vezes estava chovendo e até nevando. Por isso, em alguns treinamentos, chegava com 15 ou 20 minutos de atraso. Teve um episódio lá, quando eu fui substituído no intervalo e assisti o restante do jogo na arquibancada com uns amigos. Não sabia que não era permitido.
CF: No Corinthians você atuou somente pela equipe B, devido a um problema na documentação. No Bahia foram 6 meses, nenhum gol e a dispensa. O mesmo aconteceu no River, após 6 jogos, 1 como titular e nenhum gol marcado. Como você avalia a sua passagem pelos clubes brasileiros?
PB: Eu acredito que quando passei por esses clubes, faltaram oportunidades. Não tive uma sequência de jogos. Em nenhum desses times joguei cinco ou seis partidas como titular. Acho que as expectativas eram muito grandes em torno de mim, e quando não marquei no primeiro jogo, fui para o banco.
CF: Você acha que o Bahia e o River-PI foram injustos ao te dispensarem?
PB: Eu creio que sim porque, se fizemos o contrato, deveriam pelo menos cumpri-lo. No Bahia, dizem que eu fui um dos responsáveis pelo mau momento do clube. Como é possível isso se eu nem estava jogando?
CF: Como foi feito o contato entre um clube pequeno do Rio Grande do Sul e um clube europeu?
PB: Apareceu esse interesse de Portugal e acertamos por uma temporada, mas infelizmente, com os problemas particulares que tive, não pude dar continuidade. Fui apresentado, fiz a pré temporada mas tive que sair apenas duas semanas depois.
CF: Quando você estava no Marrocos, foi noticiado que você proibia a sua mulher de sair de casa. Isso é verdade? E se sim, por quê? Chegou a sofrer alguma ameaça, ofensa ou outra coisa?
PB: (Risos) Então, isso foi o que a repórter quis colocar. Eu não proibia. Nós só evitávamos. A cidade era pequena e com costumes antigos. O país é muçulmano e as mulheres andavam com véu na cabeça. Não era comum você ver uma mulher tomando café na rua ou até mesmo no supermercado. Acredito que ameaça não, mas sempre quando íamos sair, as pessoas olhavam e comentavam. Para a minha esposa, lá foi um pouco complicado. Ela não saía muito de casa, não se sentia bem. Nas cidades grandes como Casablanca e Marrakech, têm muitos europeus, então poderia ter sido diferente. Isso foi o que mais influenciou. Mas o futebol lá também era fraco, tinha muita corrupção, não estávamos felizes.
CF: De lá, você foi parar na Bósnia. no FK Rudar Prijedor. O clube é de uma cidade que foi palco da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Bósnia. No ano de 1992, ocorreu lá o Massacre de Prijedor, cometido pelo exército sérvio. Você presenciou alguma situação tensa?
PB: A tensão já tinha passado, mas sempre ouvía comentários.
CF: E porque não teve uma sequência maior lá? Você disputou apenas 6 jogos oficiais.
PB: Eu cheguei lá no final de fevereiro e minha documentação demorou a vir do Marrocos. Perdi o mês de março todo.
CF: Hoje, na terceira divisão espanhola, quais são os seus objetivos? Quer permanecer na Europa? Pensa ainda em voltar?
PB: Meu objetivo aqui é fazer uma boa temporada e muitos gols. Quero ter a oportunidade de mostrar o meu trabalho e assim, portas irão se abrir. Estou muito feliz por poder fazer a pré temporada para estar 100% fisicamente. No Marrocos e na Bósnia não estava. Aqui, estou treinando para isso. Primeiro tenho que estar bem fisica e psicologicamente. Em qualquer clube existe pressão e acredito que nessa rodagem no futebol, aprendi coisas novas sobre posicionamento...Estou mais experiente e se Deus quiser, terei uma sequência de jogos para fazer meus gols. No futebol também precisamos contar com a sorte, não depende só de você. Sobre voltar, a gente nunca sabe. Bahia, River-PI e Avenida não me pagaram. Entrei em acordo com o River-PI e aí me pagaram. Mesmo com problemas financeiros que alguns clubes têm, se for uma boa oportunidade, não vejo problema...Mas tenho vontade de permanecer na Europa. Gostei quando joguei na Holanda e estou gostando agora. Tirei meu visto de cinco anos e se eu tiver uma proposta por aqui, prefiro ficar. Acredito que posso ter mais chances marcando gols.
CF: E qual o balanço que você faz da sua carreira desde a base do Flamengo até o Lucena, na terceirona espanhola?
PB: Sou muito grato ao Flamengo. Acredito muito em Deus e tudo o que aconteceu na minha vida foi o caminho que ele quis. Tive meus altos e baixos e acho que poderia ter tido mais oportunidades em alguns clubes. Tudo o que passou, não dá para voltar. É aprender com os erros que tive e sempre melhorar na vida e no futebol. Estou com 25 anos e tenho a chance de jogar futebol. Vou dar o meu melhor e ajudar o Lucena a conquistar os objetivos.
Nome: Pedro Henrique Beda
Nascimento: 05 de março de 1989
Clubes: Flamengo (2002-2008), Heerenveen-Holanda (2008-2010), Emmen-Holanda (2009-2010), Corinthians B (2010), Bahia (2011), Avenida (2012), Moreirense-Portugal (2012), River-PI (2013), Olympique Khourigba-Marrocos (2013), Rudar Prijedor-Bósnia (2014), Lucena(2014-atual)
Caio Fiusa: Eu gostaria que você começasse falando sobre o Flamengo. Quais as lembranças que tem do clube?
Pedro Beda: O Flamengo foi onde tudo aconteceu. Fui muito feliz nos meus 7 anos de clube. No Flamengo eu aprendi a jogar futebol e cresci na vida. Foi coisa de Deus quando surgiu o interesse. Eu não acreditei. Eu lembro que disse para a minha mãe que voltava em uma ou duas semanas, e aí as coisas deram certo e acabei ficando! Eu não sei como ela deixou. Acho que o meu pai ajudou né, porque ele é flamenguista roxo. (risos) A partir dali, fiquei longe da minha família e dos amigos.
CF: Você chegou com apenas 12 anos ao Rio de Janeiro. Muitos jovens acabam se perdendo no caminho até o profissional. Quem te ajudou nos tempo de Flamengo?
PB: Eu sempre tive o apoio da minha família, eles me ajudaram muito. Mas, as pessoas que trabalhavam na Casa do Flamengo (hoje localizada no CT Ninho do Urubu), lugar onde a gente da base ficava, os psicólogos e treinadores, sempre me ajudaram também.
CF: Você acha que, pelo Flamengo ter tido seguidos problemas com atacantes, e você vir se destacando na base, havia uma pressão muito grande em cima de você?
PB: Sim, com certeza havia pressão, mas não só em cima de mim como em de todos os jogadores. Pressão em cima de mim por ser o 9? Nem tanto. Na minha época de categorias de base, existia a pressão para ganhar os títulos. Não sei como está agora.
CF: O apelido ''Batistuta da Gávea'' ajudou ou atrapalhou?
PB: Nem um nem outro porque falaram isso mais quando eu saí. Eu até que gostava do apelido.
CF: Você acompanha o Flamengo? Tem vontade de voltar ao clube?
PB: Acompanho mas não como antigamente. Sempre que posso vejo as notícias, melhores momentos, gols da partida...Se eu tiver a oportunidade de voltar ao Flamengo eu volto! Tenho um carinho muito grande pelo clube e posso dizer que fui criado lá. Foi muito difícil tomar a decisão de sair porque não era a minha vontade. Eu queria jogar pelo profissional, no Maracanã lotado. Pedi chances entre os profissionais mas não me deram. O Flamengo tinha muitos atacantes na época como Souza, Obina, Diego Tardelli...O Paulo Sérgio tinha oportunidade e eu não. Quando veio a proposta do Heerenveen, pensei muito. A diferença era que lá eu ia jogar profissionalmente e o clube estava na Europa League.
CF: Ainda mantém contato com algum atleta que jogou com você?
PB: Não muito, às vezes falo com os que jogaram comigo como Erick Flores, Camacho e Welinton.
CF: Quando você chegou ao Heerenveen, da Holanda, o Afonso Alves tinha conquistado a Chuteira de Ouro na Europa, como maior goleador dos campeonatos nacionais, e acabado de ser negociado com o Middlesbrough, da Inglaterra. Você acha que foi contratado para substituí-lo? Você disputou apenas cinco partidas oficiais e não marcou gol. Essa pressão por repetir o sucesso dele, pesou no seu desempenho?
Batistuta da Gávea pensa em voltar ao Flamengo./Foto: oglobo.com |
CF: Depois de apenas 5 partidas disputadas pelo Heerenveen, você acabou emprestado para o Emmen, da segunda divisão local. Lá foram 17 jogos e apenas 3 gols. Como você justifica esses números?
PB: Fui para o Emmen contra vontade. Sofri pressão e posso dizer que fui obrigado a ir, já que o Heerenveen tinha feito essa parceria. Eu jogava mais de meia e ponta, fora da minha posição.
CF: Alguns veículos de comunicação holandeses noticiaram na época que você teve um desentendimento com o treinador do Emmen. O que aconteceu?
PB: Não foi bem um desentendimento. Eu nunca tive problemas com treinadores. Quando eu fui para lá, o clube não queria me dar uma moradia e a cidade era a 100 km de Heerenveen. Eu já tinha a minha casa e não podia ter uma segunda por causa dos custos. Era muito cansativo dirigir todos os dias essa distância e às vezes estava chovendo e até nevando. Por isso, em alguns treinamentos, chegava com 15 ou 20 minutos de atraso. Teve um episódio lá, quando eu fui substituído no intervalo e assisti o restante do jogo na arquibancada com uns amigos. Não sabia que não era permitido.
CF: No Corinthians você atuou somente pela equipe B, devido a um problema na documentação. No Bahia foram 6 meses, nenhum gol e a dispensa. O mesmo aconteceu no River, após 6 jogos, 1 como titular e nenhum gol marcado. Como você avalia a sua passagem pelos clubes brasileiros?
PB: Eu acredito que quando passei por esses clubes, faltaram oportunidades. Não tive uma sequência de jogos. Em nenhum desses times joguei cinco ou seis partidas como titular. Acho que as expectativas eram muito grandes em torno de mim, e quando não marquei no primeiro jogo, fui para o banco.
CF: Você acha que o Bahia e o River-PI foram injustos ao te dispensarem?
PB: Eu creio que sim porque, se fizemos o contrato, deveriam pelo menos cumpri-lo. No Bahia, dizem que eu fui um dos responsáveis pelo mau momento do clube. Como é possível isso se eu nem estava jogando?
CF: Como foi feito o contato entre um clube pequeno do Rio Grande do Sul e um clube europeu?
PB: Apareceu esse interesse de Portugal e acertamos por uma temporada, mas infelizmente, com os problemas particulares que tive, não pude dar continuidade. Fui apresentado, fiz a pré temporada mas tive que sair apenas duas semanas depois.
CF: Quando você estava no Marrocos, foi noticiado que você proibia a sua mulher de sair de casa. Isso é verdade? E se sim, por quê? Chegou a sofrer alguma ameaça, ofensa ou outra coisa?
PB: (Risos) Então, isso foi o que a repórter quis colocar. Eu não proibia. Nós só evitávamos. A cidade era pequena e com costumes antigos. O país é muçulmano e as mulheres andavam com véu na cabeça. Não era comum você ver uma mulher tomando café na rua ou até mesmo no supermercado. Acredito que ameaça não, mas sempre quando íamos sair, as pessoas olhavam e comentavam. Para a minha esposa, lá foi um pouco complicado. Ela não saía muito de casa, não se sentia bem. Nas cidades grandes como Casablanca e Marrakech, têm muitos europeus, então poderia ter sido diferente. Isso foi o que mais influenciou. Mas o futebol lá também era fraco, tinha muita corrupção, não estávamos felizes.
CF: De lá, você foi parar na Bósnia. no FK Rudar Prijedor. O clube é de uma cidade que foi palco da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Bósnia. No ano de 1992, ocorreu lá o Massacre de Prijedor, cometido pelo exército sérvio. Você presenciou alguma situação tensa?
PB: A tensão já tinha passado, mas sempre ouvía comentários.
CF: E porque não teve uma sequência maior lá? Você disputou apenas 6 jogos oficiais.
PB: Eu cheguei lá no final de fevereiro e minha documentação demorou a vir do Marrocos. Perdi o mês de março todo.
CF: Hoje, na terceira divisão espanhola, quais são os seus objetivos? Quer permanecer na Europa? Pensa ainda em voltar?
PB: Meu objetivo aqui é fazer uma boa temporada e muitos gols. Quero ter a oportunidade de mostrar o meu trabalho e assim, portas irão se abrir. Estou muito feliz por poder fazer a pré temporada para estar 100% fisicamente. No Marrocos e na Bósnia não estava. Aqui, estou treinando para isso. Primeiro tenho que estar bem fisica e psicologicamente. Em qualquer clube existe pressão e acredito que nessa rodagem no futebol, aprendi coisas novas sobre posicionamento...Estou mais experiente e se Deus quiser, terei uma sequência de jogos para fazer meus gols. No futebol também precisamos contar com a sorte, não depende só de você. Sobre voltar, a gente nunca sabe. Bahia, River-PI e Avenida não me pagaram. Entrei em acordo com o River-PI e aí me pagaram. Mesmo com problemas financeiros que alguns clubes têm, se for uma boa oportunidade, não vejo problema...Mas tenho vontade de permanecer na Europa. Gostei quando joguei na Holanda e estou gostando agora. Tirei meu visto de cinco anos e se eu tiver uma proposta por aqui, prefiro ficar. Acredito que posso ter mais chances marcando gols.
CF: E qual o balanço que você faz da sua carreira desde a base do Flamengo até o Lucena, na terceirona espanhola?
PB: Sou muito grato ao Flamengo. Acredito muito em Deus e tudo o que aconteceu na minha vida foi o caminho que ele quis. Tive meus altos e baixos e acho que poderia ter tido mais oportunidades em alguns clubes. Tudo o que passou, não dá para voltar. É aprender com os erros que tive e sempre melhorar na vida e no futebol. Estou com 25 anos e tenho a chance de jogar futebol. Vou dar o meu melhor e ajudar o Lucena a conquistar os objetivos.