Mas, voltando ao que já foi apresentado até aqui na competição, eis um resumo da fase inicial com os pontos positivos e negativos na minha opinião.
POSITIVO
- A organização dos torcedores de cada seleção em um setor determinado foi um acerto. Localizadas entre a bandeirinha de escanteio até a metade de uma das balizas, o colorido das camisas era visto de longe. A animação de quem foi à França, especialmente os norte-irlandeses, que roubaram a cena com o hit do torneio ``Will Grigg is on fire``, também merece destaque.
- Com gols escassos durante a competição (média de 1,92 por jogo) o torcedor pelo menos se deliciou com 20 tentos anotados após os 30 minutos do segundo tempo. O apoio das arquibancadas e o empenho em campo se mostram necessários até o apito final.
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| Dupla dita o ritmo de Gales. O artilheiro e o camisa 10 podem fazer ainda mais história. (Foto: Michael Steele/ Getty) |
- Confesso que me surpreendi com a organização e disposição da Hungria, que entrou em campo em busca da vitória nas três partidas. Com jogadores menos badalados que os austríacos e portugueses, venceram com autoridade os primeiros (2x0) e causaram muitos problemas para os segundos, ficando a frente do marcador por três vezes (3x3). O empate diante da Islândia por 1x1 veio após boa atuação. O uniforme do goleiro quarentão Gábor Király, que joga de calça de moletom chama atenção, mas o grande destaque é o futebol coletivo. László Kleinheisler e Balazs Dzsudzsák são meias rápidos e criativos e junto com o experiente Zóltan Gera podem aprontar para a famigerada Geração Belga.
- De todas as seleções, a que mais me impressionou pelo futebol apresentado foi a Croácia. Os principais motivos disso são: chegar na competição longe dos holofotes e ter sido líder de um grupo em tese, equilibrado. A vitória por 1x0 sobre a Turquia não explica a superioridade dentro de campo da equipe treinada por Ante Cacic. Com grandes talentos do meio para frente como Luka Modric, Ivan Rakitic, Ivan Perisic e Mario Mandzukic, os croatas deixaram a vitória escapar nos últimos minutos diante da República Tcheca atordoados com a confusão que os seus próprios torcedores causaram no estádio. A equipe foi amplamente superior durante 75 minutos. A recuperação veio no confronto seguinte em grande estilo. Com alguns titulares poupados, a Croácia bateu a favorita não só a líder do grupo mas também a vencedora da competição, Espanha, por 2x1. Como o chaveamento a colocou do lado mais imprevisível da chave, é possível imaginar a seleção chegando longe. O próximo desafio é Portugal de Cristiano Ronaldo.
NEGATIVO
- O primeiro ponto não tem lá tanta relação com a fase de grupos especificamente, mas afeta de forma considerável. Em um campeonato com 24 seleções, no qual 16 se classificam para o mata-mata é previsível que algumas equipes joguem para garantir o empate e aumentarem as chances de avançar. O formato de seis grupos com quatro seleções e os dois primeiros mais os quatro melhores terceiros colocados indo para as oitavas enfraquece a disputa.
- A seca dos grandes artilheiros chamou a atenção. O polonês Robert Lewandowski, artilheiro do Campeonato Alemão, o sueco Zlatan Ibrahimovic, artilheiro do Campeonato Francês e o inglês Harry Kane, artilheiro do Campeonato Inglês passaram a primeira fase em branco. Vale lembrar que o grande craque do torneio, Cristiano Ronaldo, com marcas individuais espetaculares, só desencantou na última partida, com dois gols e uma assistência, no 3x3 alucinante contra a Hungria.
- Se Zlatan Ibrahimovic não marcou na fase de grupos e não se igualou a Cristiano Ronaldo como os dois únicos jogadores a marcarem em quatro edições de Eurocopa consecutivas, muito se deve ao fraco time que tem ao seu redor. Sem capacidade de criar chances para o craque definir, a Suécia só foi notada graças ao seu craque. Futebol pobre e que deixa a competição com apenas um gol. E foi contra, no empate de 1x1 com a Irlanda.
- Se aqui, estamos preocupados com o rendimento de nossa seleção, a coisa anda pior para os futuros anfitriões. A fase de grupos evidenciou que a Rússia era a mais fraca do grupo B. Um empate heroico, com gol no último minuto contra a Inglaterra, iludiu os torcedores. A equipe foi dominada em grande parte do segundo jogo pela Eslováquia, quando perdeu por 2x1, e foi arrasada por Gales com um indiscutível 3x0. Com apenas um dentre todos os 23 convocados atuando fora da liga local (Romain Neustadter, no Schalke 04, da Alemanha) e jogadores de idade avançada mas com poucas partidas pela seleção e sem experiência internacional, mostra o quanto está sendo difícil para Leonid Slutsky montar um time competitivo. A vaga na Copa de 2018 está garantida por sediar a competição, com isso, a necessidade de realizar amistosos eficazes ganha mais
- Por fim, não tem como ignorar as falhas na segurança. Desde a invasão de um torcedor croata para comemorar com Luka Modric o primeiro gol da seleção no torneio, até as cenas lamentáveis protagonizadas por russos e ingleses, que se envolveram em uma briga antes da partida em Marselha e em outra, em Lille. Os croatas foram responsáveis por cinco minutos de paralisação da partida entre o próprio país e a República Tcheca. Sinalizadores e um morteiro foram atirados no gramado como forma de protesto contra a federação de futebol croata.
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| Luka Modric (10) garantiu a vitória croata diante da Turquia. (Foto: Divulgação Euro) |
NEGATIVO
- O primeiro ponto não tem lá tanta relação com a fase de grupos especificamente, mas afeta de forma considerável. Em um campeonato com 24 seleções, no qual 16 se classificam para o mata-mata é previsível que algumas equipes joguem para garantir o empate e aumentarem as chances de avançar. O formato de seis grupos com quatro seleções e os dois primeiros mais os quatro melhores terceiros colocados indo para as oitavas enfraquece a disputa.
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| Zlatan Ibrahimovic deixou a competição sem gols e sem recorde. (Foto: Lars Baron/ mirror.co.uk) |
- Se Zlatan Ibrahimovic não marcou na fase de grupos e não se igualou a Cristiano Ronaldo como os dois únicos jogadores a marcarem em quatro edições de Eurocopa consecutivas, muito se deve ao fraco time que tem ao seu redor. Sem capacidade de criar chances para o craque definir, a Suécia só foi notada graças ao seu craque. Futebol pobre e que deixa a competição com apenas um gol. E foi contra, no empate de 1x1 com a Irlanda.
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| Preocupação de Leonid Slutsky: cena deve se repetir no Mundial de 2018. (Foto: Mohamed Messara/EP) |
- Por fim, não tem como ignorar as falhas na segurança. Desde a invasão de um torcedor croata para comemorar com Luka Modric o primeiro gol da seleção no torneio, até as cenas lamentáveis protagonizadas por russos e ingleses, que se envolveram em uma briga antes da partida em Marselha e em outra, em Lille. Os croatas foram responsáveis por cinco minutos de paralisação da partida entre o próprio país e a República Tcheca. Sinalizadores e um morteiro foram atirados no gramado como forma de protesto contra a federação de futebol croata.
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