sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Premier League: Miniguia e Previsões

*Atualizado em 24/08/2016

Nova cara da PL: acordos bilionários e times mais fortes.
Promessa de uma grande temporada.
Neste fim de semana começa mais uma temporada da Premier League, o campeonato nacional de maior nível técnico do mundo, e 2016/17 vem com muitas atrações. Técnicos gabaritados e suas rivalidades, contratações que agitaram o mercado, fortalecimento das equipes médias e pequenas e, consequentemente, a expectativa no desempenho do Leicester, atual campeão e grande surpresa da última temporada.

Por conta disso, e para já entrar no clima da competição, segue abaixo um aperitivo do que vem por aí em mais uma edição do Campeonato Inglês. As equipes favoritas ao título, as que podem surpreender e dar trabalho aos grandes do país e as que precisam abrir o olho para escapar do temido rebaixamento. A ordem foi definida de acordo com a posição da tabela da temporada 2015/16.

LEICESTER

Atual campeão, Leicester terá mais dificuldades com a
disputa da Liga dos Campeões. (Foto: Adrian Dennis/AFP)
Mais improvável que o título em 2015/16 é um bicampeonato em 2016/17. A meta do Leicester é fazer um papel digno, manter a competitividade e terminar na metade de cima da tabela. No ano do histórico caneco, foram apenas três derrotas em 38 partidas. O volante francês K'Golo Kanté foi vendido ao Chelsea por 35 milhões de euros. Em compensação, o elenco tão curto ano passado, ganhou corpo e conta com as chegadas de cinco atletas para a inédita disputa da Liga dos Campeões da Europa: o goleiro alemão Ron-Robert Zieler (ex-Hannover), o zagueiro espanhol Luis Hernández (ex-Sporting Gijón), o volante francês Nampalys Mendy (ex-Nice), o meia polonês Bartosz Kapustka (ex-Cracóvia) e o atacante nigeriano Ahmed Musa (ex-CSKA Moscou) são as novidades dos Foxes. Com os reforços e a manutenção do time campeão, acredito que a briga dos comandados de Claudio Ranieri fica entre a sétima e a décima segunda colocação. Um ano tranquilo e de muito desfrute pelos confrontos internacionais. 

Últimas três temporadas
2013/14: Campeão da Segunda Divisão - 102 pontos
2014/15: 14° lugar - 41 pontos
2015/16: Campeão - 81 pontos

ARSENAL

A temporada 2015/16 não vai deixar saudade nos torcedores dos Gunners. O péssimo desempenho dos principais rivais colocou o Arsenal como favorito ao título e mais uma vez, decepcionou. Sem conseguir acompanhar o Leicester, o vice-campeonato, um ponto a frente do maior rival Tottenham, foi o único momento de alegria, feito que não minimiza as cobranças em cima do treinador Arséne Wenger, principalmente sobre contratações nesta janela. Enquanto os adversários foram as compras e trouxeram jogadores que fortalecem ainda mais seus elencos, o Arsenal foi tímido no mercado. Granit Xhaka, volante suíço que veio do Borussia Monchengladbach, da Alemanha, por 45 milhões de euros, foi o único que mereceu destaque da imprensa. O jovens Rob Holding, zagueiro inglês de 20 anos vindo do Bolton, da segundona ingles, e o atacante japonês Takuma Asano de 21 anos, contratado junto ao Sanfrecce Hiroshima, chegam para compôr elenco e não mudam o patamar da equipe. Embora tenha um time entrosado e com grandes jogadores, não vejo o Arsenal como provável campeão. Acredito que novamente será limitado a um bom coadjuvante. 

Últimas três temporadas
2013/14: 4° lugar - 79 pontos
2014/15: 3° lugar - 75 pontos
2015/16: 2° lugar - 71 pontos

TOTTENHAM

Com a base mantida, Mauricio Pochettino tem mais uma
chance de tirar os Spurs da fila. (Arte: skysports.com)
O time com o futebol mais bonito da última temporada, com o artilheiro da competição, um dos que mais evoluiu no rendimento e não conquistou nenhum título, deixou uma certa frustração nos torcedores. O treinador Mauricio Pochettino conseguiu subir degraus em termos de competitividade. Hoje, os Spurs não se satisfazem com o meio de tabela e querem mais. E pensando nisso, a equipe titular foi toda mantida e os reforços Victor Wanyama (volante ex-Southampton) e Vincent Janssen (atacante ex-AZ) chegaram para brigar por posições entre os 11 iniciais. As saídas do zagueiro Federico Fazio e do meia Alex Pritchard não farão falta. Uma vaga na Liga dos Campeões é bem provável, creio que a quarta posição na tabela, em uma briga equilibrada contra Arsenal, Liverpool e West Ham. Vejo o Tottenham como o time mais forte desse segundo pelotão.

Últimas três temporadas
2013/14: 6° lugar - 69 pontos
2014/15: 5° lugar - 64 pontos
2015/16: 3° lugar - 70 pontos

MANCHESTER CITY 

Multicampeão na Espanha e Alemanha, Guardiola tenta
repetir o sucesso na Inglaterra. (Arte: skysports.com)
O torcedor do City que olha para o banco e vê Pep Guardiola como técnico já tem um bom motivo para acreditar em um futebol bonito e convincente, vitórias e títulos. Além disso, os azuis de Manchester investiram 194 milhões de euros em contratações, a maioria delas são jovens com futuros promissores, que se juntam a um time recheado de grandes jogadores, semifinalista da última Liga dos Campeões. Embora alguns dos já contratados não sejam incorporados neste momento ao plantel, os citizens têm no comando um treinador altamente capacitado para extrair o máximo da equipe, com muitas opções de atletas e táticas. Ilkay Gundogan (ex-Borussia Dortmund), John Stones (ex-Everton), Leroy Sané (ex-Schalke 04) e Nolito (ex-Celta de Vigo) chegam pedindo passagem e com qualidade para assumir a titularidade. Em janeiro de 2017 está prevista a apresentação de Gabriel Jesus, a maior promessa do futebol brasileiro, artilheiro do campeonato nacional no momento. Nesta primeira temporada com o espanhol, são favoritos ao título ao lado do arquirrival Manchester United e Chelsea, mas o projeto é ir mais adiante. Creio que nos próximos três, cinco anos, o Manchester City se estabelece no continente europeu como uma potência. 

Últimas três temporadas
2013/14: Campeão - 86 pontos
2014/15: 2° lugar - 79 pontos
2015/16: 4° lugar - 66 pontos

MANCHESTER UNITED

Se a temporada 2015/16 foi longe dos holofotes, tendo algum destaque graças às polêmicas de Louis Van Gaal, ex-treinador, e ao título da Copa da Inglaterra, 2016/17 começou colocando os Red Devils como personagem principal do mercado de transferências. Três figuras super midiáticas desembarcaram em Manchester e estão juntas para recolocar a equipe no caminho das glórias e bater de frente contra outros gigantes. O primeiro a chegar foi José Mourinho. O Special One, tricampeão inglês pelo Chelsea é o técnico do quilate de Alex Ferguson que a equipe tanto buscava. Além de resultado, Mourinho traz junto a rivalidade com Guardiola, dos tempos de Espanha, e promete acirrar ainda mais a disputa na cidade. Sem renovar o contrato com o Paris Saint Germain, Zlatan Ibrahimovic ficou livre para assinar com qualquer equipe sem custos. Escolheu disputar a Premier League, terra que ainda não conquistou, pelo maior campeão e em uma semana vendeu 800 mil camisas em todo mundo, arrecadando 326 milhões de reais. O último reforço que forma esse Big Three é Paul Pogba. Depois de deixar Old Trafford de graça em 2012, o craque francês retorna por 105 milhões de euros, maior transferência da história e vai comandar o meio de campo da equipe. Com tanta mídia em cima do trio, as excelentes aquisições do meia armênio Henrikh Mkhitaryan e do zagueiro marfinense Eric Bailly passam quase desapercebidas. Evidentemente, é um dos fortíssimos candidatos ao título.

Últimas três temporadas
2013/14: 7° lugar - 64 pontos
2014/15: 4° lugar - 70 pontos
2015/16: 5° lugar - 66 pontos

SOUTHAMPTON

Eis um time que me surpreende a cada ano desde que subiu para a Premier League. Uma vez aberta a janela de transferências, os Saints são obrigados a se remontar. Especialista em formar e valorizar jovens jogadores, a equipe é alvo constante dos gigantes do país. Com muita sabedoria no mapeamento de bons valores, o Southampton consegue se manter em alto nível, melhorando sua colocação na liga a cada temporada. Difícil de ser batido em seus domínios, não é loucura dizer que a presença do time entre os dez primeiros é uma certeza. Entretanto, 2016/17 reserva um desafio maior. A saída de Ronald Koeman, treinador nas últimas duas temporadas, a Liga Europa e a saída de jogadores chaves na última campanha, devem endurecer e colocar à prova o trabalho de Claude Puel, atual comandante que, embora tenha um bom time na mão, não possui muitas peças para uma temporada mais desgastante. Os atacantes Sadio Mané e Graziano Pellé e o volante Victor Wanyama. titulares absolutos, deixaram o time. O meia Pierre Hojbjerg e o winger Nathan Redmond chegam e são nomes que mostram a filosofia do clube de investir em jogadores jovens com potencial. Um campeonato incomodando os grandes e sem sustos, resultando em uma posição intermediária, entre a sétima e décima posição, devem resumir a campanha do Southampton.

Últimas três temporadas
2013/14: 8° lugar - 56 pontos
2014/15: 7° lugar - 60 pontos
2015/16: 6° lugar - 63 pontos

WEST HAM

Craque do time em 2015/16, Dimitri Payet ganha melhores
companhias neste ano. (Foto: Jan Kruger/Getty Images)
Eu imagino o quanto deve ser difícil dividir a cidade com rivais como Arsenal, Chelsea e Tottenham, mas o West Ham mostrou na temporada passada e tem deixado claro nesta janela de transferências que quer brigar de igual para igual não só em Londres, mas nacionalmente. Sob o comando de Slaven Bilic, os Hammers apresentaram um futebol vistoso, técnico, com jogadas velozes de contra-ataque e um diferencial chamado Dimitri Payet, um dos melhores jogadores da competição. O ponto fora da curva foi a inconstância defensiva que rendeu tropeços inesperados ao time (líder de empates ao lado de Chelsea e Everton com 14). No quesito custo-benefício, a equipe, na minha concepção, foi a que melhor se reforçou. Com 50 milhões de euros, o time contratou oito jogadores, sendo três deles sem custos. Os destaques ficam por conta da chegadas dos wingers André Ayew, principal nome do Swansea, Sofiane Feghouli (ex-Valencia), que vão dar mais opções de jogadas pelas laterais, um ponto forte da equipe, e Jonathan Calleri (ex-São Paulo) artilheiro da última Libertadores para acabar com a oscilação dos homens-gol. O elenco mais encorpado credencia o time a poder beliscar o quarto lugar e uma vaga na Liga dos Campeões.

Últimas três temporadas
2013/14: 13° lugar - 40 pontos
2014/15: 12° lugar - 47 pontos
2015/16: 7° lugar - 62 pontos

LIVERPOOL 

Nos últimos anos é nítida a melhora das equipes médias, que alcançam melhores colocações na tabela. E para isso acontecer alguém precisa pagar o pato. Quem tem feito este serviço ingrato é o Liverpool. Depois de ter visto o título de 2013/14 escapar nos momentos finais, a equipe despencou nas duas temporadas seguintes e ficou distante até mesmo da briga por vaga na Liga dos Campeões, competição que já venceu cinco vezes. A chegada de Jurgen Klopp no meio de 2015/16 levou o time a duas finais: Liga Europa e Copa da Liga. Infelizmente para os Reds, os títulos não vieram, mas a esperança de dias melhores, sim. Se por um lado o Liverpool não conta com craques como seus rivais por outro, tem um time que aos poucos vai tendo a cara de seu treinador: muita entrega até o apito final, trocas de passes para envolver o adversário e jogadores de ataque com muita mobilidade. A atuação da equipe no mercado foi curiosa. A venda de Christian Benteke, atacante que não agradou, por 31 milhões de euros para o Crystal Palace, surpreende da mesma forma que a chegada de Sadio Mané, atacante vindo do Southampton por incríveis 42 milhões de euros. O bom zagueiro Joel Matip, sem custos, é um nome para dar maior tranquilidade ao tão questionado sistema defensivo. Já o meia e destaque do rebaixado Newcastle, Georginio Wijnaldum, comprado por 27 milhões, terá a missão de dividir a responsabilidade do meio-campo com Philippe Coutinho. Eu espero boas campanhas nas Copas e uma posição entre o sexto e oitavo lugar na liga.

Últimas três temporadas
2013/14: 2° lugar - 84 pontos
2014/15: 6° lugar - 62 pontos
2015/16: 8° lugar - 60 pontos

STOKE CITY

Eu penso que a perfeita definição para o Stoke City é meio de tabela. A nona posição nas últimas temporadas foi equivalente ao que a equipe poderia conseguir. Se você analisar a segunda metade da tabela (do 11° ao 20°), o time de Mark Hughes é o melhor e mais consistente, agora, se olhar para a outra metade, é de longe o que mais precisa evoluir. O primeiro passo eu acredito que seja entender o tamanho da equipe. Como fazer isso? Fechar a defesa, não jogar para vencer adversários claramente mais fortes fora de casa, aprender a se defender com eficiência. Em casa e contra os ''pequenos'' o time pontua, faz bem o seu papel, já contra os grandes... Na temporada passada, o Stoke City foi goleado em quatro oportunidades longe do Brittania Stadium. As derrotas para Leicester (3x0), Manchester United (3x0), Manchester City (4x0) e Liverpool (4x1) pesaram no resultado final e, principalmente, no saldo de gols de 14 negativos. Sobre a atuação no mercado, chegaram Joe Allen (ex-Liverpool), que melhora a qualidade do passe no meio-campo, e a promessa egípcia Ramadan Sobhi, de 19 anos, que irá compôr bem o elenco. Repetir mais uma vez o nono lugar está de bom tamanho.

Últimas três temporadas
2013/14: 9° lugar - 50 pontos
2014/15: 9° lugar - 54 pontos
2015/16: 9° lugar - 51 pontos

CHELSEA

A temporada 2015/16 foi a mais atípica dos últimos anos dos Blues. O ano foi tão aquém, que a equipe esteve perto do rebaixamento, demitiu o treinador e ídolo do clube, José Mourinho e ficou a 16 pontos da vaga para a Liga dos Campeões e a 31 do campeão. Isso tudo após ter vencido a competição em 2014/15. Uma prova do que aconteceu no ano passado foi inexplicável, é a movimentação da equipe no mercado. Apenas duas caras novas desembarcaram em Stamford Bridge. N´Golo Kanté, destaque do Leicester e maior ladrão de bolas, custou 35 milhões de euros e deve roubar a vaga de Nemanja Matic no meio-campo. Outros 39 milhões de euros foram investidos na chegada do atacante belga Michy Batshuayi, artilheiro do Olympique de Marseille, na temporada passada para fazer sombra a Diego Costa. Já no comando da equipe, o Chelsea tirou Antonio Conte da seleção italiana, que tem no currículo três Campeonatos Italianos com Juventus. Sem competições internacionais, o foco é total na Premier League e o título, bem possível. Não vejo o time fora dos três primeiros lugares.

Últimas três temporadas
2013/14: 3° lugar - 82 pontos
2014/15: Campeão - 87 pontos
2015/16: 10° lugar - 50 pontos

EVERTON

Eu confesso que tenho uma certa frustração com o Everton. Depois de um quinto lugar em 2013/14, era natural esperar que a equipe mantivesse o nível competitivo e pudesse inclusive retornar à Liga dos Campeões, uma vez que contava com bons valores. Entretanto, as duas temporadas seguintes foram muito abaixo da expectativa. O consolidação entre os grandes deu lugar a campanhas irregulares que culminaram em posições atrás de equipes mais modestas. Roberto Martínez não resistiu à ausência de bons resultados e protagonismo e deixou o comando ao fim da última temporada. A diretoria foi buscar Ronaldo Koeman, que vinha de dois bons anos a frente do Southampton, para guiar o ressurgimento da equipe. O holandês vai contar ainda com quatro reforços (o goleiro Maarten Stekelenburg, o zagueiro Ashley Williams e o meias Idrissa Gueye e Yannick Bolasie), que juntos custaram 52 milhões de euros. A única perda foi uma das maiores promessas do clube nos últimos anos: o zagueiro John Stones, vendido ao Manchester City. Acredito que o Everton, com os nomes que tem e iniciando um novo trabalho, pode ir um pouco além do 11° lugar, mas não muito.

Últimas três temporadas
2013/14: 5° lugar - 72 pontos
2014/15: 11° lugar - 47 pontos
2015/16: 11° lugar - 47 pontos

SWANSEA

Durante as primeiras rodadas do campeonato, o Swansea deu indícios que brigaria na parte de cima da tabela. As vitórias sobre Newcastle e Sunderland e empates contra Chelsea e Manchester United deram esperança ao torcedor de uma temporada sólida e com grandes jogos. Porém, a medida que o campeonato foi se desenrolando, o rendimento foi caindo e os resultados positivos sumindo. Uma vaga em competições europeias passou a ser um sonho distante e garantir a permanência na elite se mostrou o verdadeiro objetivo no ano. Francesco Guidolin foi anunciado como novo técnico e conseguiu tirar a equipe galesa do risco de rebaixamento. E o que esperar de fato em 2016/17? O treinador italiano provou que pode fazer a equipe jogar bem, por outro lado, as perdas de Ashley Williams e André Ayew dificilmente vão ser repostas à altura. O atacante Borja Bastón, artilheiro do Eibar no Espanhol 2015/16, chega como contratação mais cara da história do clube (18 milhões de euros) e terá a companhia de Fernando Llorente, outro fazedor de gol que tenta reencontrar o caminho das redes. Garantir a estadia na Premier League é possível até mesmo com algumas rodadas de antecedência, mas o time não pode vacilar, uma vez que o campeonato está mais equilibrado.

Últimas três temporadas
2013/14: 12° lugar - 42 pontos
2014/15: 8° lugar - 56 pontos
2015/16: 12° lugar - 47 pontos

WATFORD

Uma campanha discreta em 2015/16, ano da volta à elite. Bons jogadores, apesar de pouco conhecidos, oscilaram muito durante a temporada e assim, não conseguiram levar a equipe a sonhar com um protagonismo maior. Para 2016/17, o comando da equipe mudou: saiu o espanhol Quique Flores e chegou o italiano Walter Mazzarri, de bons resultados com o Napoli e decepção na Internazionale. Se analisarmos o retrospecto de outros italianos que dirigem clubes ingleses, a perspectiva para o Watford é boa. Claudio Ranieri tornou o Leicester campeão e uma equipe difícil de ser batida, Francesco Guidolin arrumou o Swansea e Antonio Conte é reconhecido por implantar um esquema de marcação forte. Os reforços contratados encorpam todas as áreas do campo. Na defesa, o lateral Brice Dja Djédjé e o zagueiro Younés Kaboul podem aparecer entre os titulares. O argentino Roberto Pereyra vem da Juventus por 13 milhões de euros e é o jogador mais talentoso do meio-campo. O jovem nigeriano Isaac Success é uma boa aposta. O ideal é subir um degrau na tabela e acredito numa colocação entre o décimo e o décimo segundo lugar.

Últimas três temporadas
2013/14: 13° lugar na Segunda Divisão - 46 pontos
2014/15: 2° lugar na Segunda Divisão - 89 pontos
2015/16: 13° lugar - 47 pontos

WEST BROMWICH

Mais um ano no sufoco se aproxima. Brigar contra o rebaixamento e causar calafrios em seus torcedores tem sido rotineiro no West Bromwich. E ao que tudo indica, 2016/17 não será diferente. Se o elenco já não empolgava na temporada passada, para essa, apenas dois jogadores foram contratados: o winger Matt Phillips, que veio do QPR, e o jovem lateral esquerdo Brendan Galloway, emprestado pelo Everton. Muito pouco para quem corre o sério risco de perder seus dois principais atacantes. O promissor Saido Berahino é alvo de ao menos três clubes ingleses e Salomón Rondón já foi cogitado até mesmo no Barcelona. O primeiro objetivo se encerra em poucos dias, com o fechamento da janela. Segurar a dupla e trazer mais dois ou três reforços é emergencial. Caso nenhuma das opções se concretize, creio que depois de anos de luta, a queda será confirmada.

Últimas três temporadas
2013/14: 17° lugar - 36 pontos
2014/15: 13° lugar - 44 pontos
2015/16: 14° lugar - 43 pontos

CRYSTAL PALACE

Maior contratação da história do clube, Christian Benteke
busca retomar a fase goleadora. (Foto: Twitter @CPCP)
É difícil explicar o que aconteceu com o Crystal Palace na última temporada. Um começo animador fazendo bons jogos, conseguindo vencer o poderoso Chelsea dentro de Stamford Bridge e acompanhando o embalo do Leicester, sendo apontados como surpresas da competição. O encanto durou oito rodadas. Dali para frente, uma queda vertiginosa. Os líderes se distanciaram, uma sequência de vitórias para dar um novo ânimo não veio, a metade da tabela mudou e o rebaixamento se aproximou perigosamente. Não foi por falta de talento, já que a equipe conseguiu ser finalista da Copa da Inglaterra e foi derrotada pelo Manchester United na prorrogação. Se por um lado o técnico Alan Pardew perdeu Yannick Bolasie, seu principal jogador, por outro, ele conta agora com quatro reforços. O bom e experiente goleiro Steve Mandanda e o zagueiro James Tomkins trazem segurança na defesa. Andros Townsend pode assumir a função de Bolasie, pelos lados do campo e Christian Benteke tenta recuperar o faro goleador de Aston Villa. Com mais talento e um conhecimento maior do treinador e uma experiência negativa no ano passado como lição, os Eagles devem melhorar em 2016/17. Briga entre o décimo e o décimo segundo lugar.

Últimas três temporadas
2013/14: 11° lugar - 45 pontos
2014/15: 10° lugar - 48 pontos
2015/16: 15° lugar - 42 pontos

BOURNEMOUTH

O grande problema em projetar alguma coisa para o Bournemouth é a forma como o clube atuou no mercado de transferências. As saídas de Matt Ritchie, meio-campo peça chave no esquema de Eddie Howe e Tommy Elphick, zagueiro com quatro anos de clube e que teve seu rendimento atrapalhado por uma lesão no tendão de Aquiles em 2015/16, foram repostas por reforços em maioria, jovens. O zagueiro Marc Wilson, de 28 anos, é o único experiente da lista. Lewis Cook, Lys Mousset, Brad Smith, Emerson Hyndman, Jordon Ibe e Nathan Aké, chegam para dar mais opções ao treinador. Acredito que apenas os dois últimos podem ser titulares em um primeiro momento. Conquistar pontos dentro de casa, onde é muito forte, já é meio caminho andado para a permanência na elite. No banco, o Bournemouth tem um técnico que conhece o elenco e isso pode ser decisivo para uma temporada tranquila. Imagino uma posição entre o décimo terceiro e décimo quinto lugar.

Últimas três temporadas
2013/14: 10° lugar da Segunda Divisão - 46 pontos
2014/15: Campeão da Segunda Divisão - 90 pontos
2015/16: 16° lugar - 42 pontos

SUNDERLAND

O torcedor do Sunderland é, certamente, o que mais sofre com o desempenho de seu time na Premier League com temporadas consecutivas se livrando do rebaixamento nas últimas rodadas. E 2016/17 não deve ser muito diferente. Embora tenha acertado com o técnico David Moyes, de bom trabalho nos oito anos de Everton, o clube perdeu dois bons jogadores que podiam fazer a diferença neste ano, principalmente no quesito experiência. Younes Kaboul na defesa e Emanuele Giaccherini no ataque vão fazer falta. As chegadas de Steven Pienaar, reserva e dispensado do Everton, Adnan Januzaj, talentoso mas ainda irregular e Papy Djilobodji, bom zagueiro que não conseguiu ter oportunidades no Chelsea após grande passagem pelo Nantes, não me animam. Permanecer na elite é, mais uma vez, a missão da equipe.

Últimas três temporadas
2013/14: 14° lugar - 38 pontos
2014/15: 16° lugar - 38 pontos
2015/16: 17° lugar - 39 pontos

BURNLEY

Todo clube que é promovido de divisão tem como meta permanecer entre os melhores. O Burnley não foge disso. Campeão da Championship, a segunda divisão, o clube contratou quatro reforços e o melhor deles é Steven Defour, belga que vem do Anderlecht. O jogador pode ajudar na marcação e dar qualidade à saída de bola, tem um bom passe, movimentação e chega bem no ataque. Na tabela, deve brigar ponto a ponto contra West Bromwich, Sunderland, Hull City, Middlesbrough e Bournemouth para não voltar à segundona no ano seguinte ao acesso, o que aconteceu em 2013/14 e 2014/15.

Últimas três temporadas
2013/14: 2° lugar da Segunda Divisão - 93 pontos
2014/15: 19° lugar - 33 pontos
2015/16: Campeão da Segunda Divisão - 93 pontos

MIDDLESBROUGH

Eu acredito que o Middlesbrough seja o time mais forte que veio da Championship. Além do vice-campeonato, o clube manteve o treinador Aitor Karanka, foi às compras no mercado e se reforçou bem. Sem custos, o Boro trouxe os experientes goleiros Victor Valdés e Brad Guzan, o zagueiro Bernardo Espinosa e o meia Gastón Ramírez, que já estava no elenco desde janeiro, emprestado pelo Southampton. Álvaro Negredo vem emprestado pelo Valencia para ser o artilheiro da equipe e pode ter como companheiro no ataque o jovem Viktor Fischer, contratado por apenas 5 milhões de euros do Ajax. Na defesa, chegam dois laterais: na direita, Antonio Barragán, outro vindo do Valencia, e na esquerda, o brasileiro Fábio, ex-Manchester United. O volante Marten de Roon, ex-Atalanta, foi o maior investimento. O belga custou 15 milhões de euros. Diferente de Burnley e Hull City, não vejo o Middlesbrough brigando pela permanência, e sim disputando uma temporada tranquila, uma boa volta à Premier League.

Últimas três temporadas
2013/14: 12° lugar na Segunda Divisão - 46 pontos
2014/15: 4° lugar na Segunda Divisão - 85 pontos
2015/16: 2° lugar na Segunda Divisão - 89 pontos

HULL CITY

O que esperar de uma equipe recém promovida ao campeonato mais forte do mundo e que inicia a competição com apenas 13 jogadores no elenco e sem técnico? O Hull City é disparado o candidato mais forte ao rebaixamento. O clube vive uma crise entre torcida e diretoria. O ex-treinador Steve Bruce se desentendeu com Assem Allam, dono do clube que não contratou até o momento nenhum jogador. Allam, inclusive, está prestes a vender a equipe e já não desfruta de prestígio por parte da torcida, uma vez que pretendia mudar o nome de Hull City para Hull Tigers, fato que irritou profundamente os fãs. O máximo que eu espero dos tigres é uma temporada competitiva, complicando os jogos para os adversários em seus domínios, no mais é improvável vislumbrar um cenário diferente do retorno à Championship.

Últimas três temporadas
2013/14: 16° lugar - 37 pontos
2014/15: 18° lugar - 35 pontos
2015/16: 4° lugar - 83 pontos

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