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Foto: globo.com |
Embora o The Voice Brasil tenha acabado neste domingo, ainda é tempo de conferir o que os participantes acharam da experiência. O entrevistado da vez é Gustavo Fagundes. Estudante de medicina e cantor por hobby antes do programa, ele conta que daqui para frente a carreira artística será para valer. Abaixo, você acompanha a entrevista exclusiva que ele deu ao blog do Caio Fiusa. E você, o que achou da participação de Gustavo Fagundes?
Caio Fiusa: O que achou do seu desempenho?
Gustavo Fagundes: Fiquei muito satisfeito. A maioria da galera lá está na estrada há um tempão, então tem uma experiência muito grande. A música para mim antes do programa era hobby. Sempre cantei, toquei, compus, mas nunca levei isso a sério, nunca trabalhei, nem ganhei dinheiro com isso. Eu mandei o vídeo, fui passando nas seleções e daqui a pouco eu estava lá dentro, fui caminhando e cheguei longe, em um lugar aonde tinha profissionais de anos, como o Alma. Foi uma experiência que mudou minha vida para sempre.
CF: Qual a principal diferença antes e depois do programa?
GF: A maior diferença é que antes não tinha uma importância grande. Eu fazia algo mais relaxado. Eu não fazia show, não tinha nenhum compromisso com isso. A partir de agora, depois do programa, passou a ser profissional. Tenho uma carreira artística que estou construindo e vou mantê-la. Agora é sério, é trabalho, procurar estudar para melhorar como qualquer trabalho.
CF: Como está a relação com o público, número de shows, contratos?
GF: Antes meu público era meus amigos, minha família e de um dia para o outro meu Facebook explodiu com mais de mil solicitações de amizade. Hoje eu tenho mais de 15 mil assinantes. É uma coisa que eu não esperava. Foi muito rápido. Tenho seguidores, pessoas que gostam do som que faço, o que antes era bem pequeno. Tenho empresário agora, faço show, isso não existia. O máximo que eu fazia era me apresentar em aniversário de família ou de algum amigo.
CF: Você acha que houve injustiça na escolha dos jurados?
GF: Quando os técnicos estão de costas, ali realmente é o The Voice, julgam só ouvindo a voz. Mas depois que passa isso, vai influenciar todo o resto, figurino, presença de palco, carisma, é uma coisa natural por ser um programa de televisão. Não questiono isso. Foi a primeira experiência que a Globo passou, com certeza nem tudo foi perfeito, aconteceram algumas falhas como todo programa tem. É muito corrido, muita gente para cantar, os números são rápidos, as músicas são rápidas. Nós quase não temos contato com os técnicos para eles nos ouvirem melhor. Mas acho que eles tentaram fazer tudo da melhor maneira possível. Não creio em injustiça. A decisão é do público, não acho que é errado, acho que faz parte.
CF: Tem algum receio de acabar ficando rotulado com ex-participante do The Voice?
GF: O The Voice foi tudo para mim. Tocava violão no quarto e compunha músicas para mim mesmo e agora portas inimagináveis se abriram. Sempre sonhei em ter os contatos que eu tenho hoje em dia, conhecer as pessoas que eu conheci e ter a possibilidade de cantar na Globo para milhões de pessoas. Então, para mim foi um puta início de carreira que já me deu muita visibilidade.
CF: Você acha que pode enfrentar resistência de outras emissoras por ter saído de um programa da Globo?
GF: Eu sinceramente não entendo nada desse meio. Nunca tinha pensado nisso, pensei agora quando você falou. Acho que pode até rolar sim, mas não importa muito. O sucesso não depende da emissora, depende do que a pessoa vai fazer depois. Todos que estão ali têm um talento indiscutível e capacidade para isso.
CF: Acha que a preocupação do programa não é só com a voz, mas sim com um perfil já pré-estabelecido?
GF: Não sei qual a fórmula do sucesso. A Ellen, por exemplo, uma voz incrível, talvez a melhor voz, não canta músicas do povão. Ela canta Lenine, Paulinho Mosca e mesmo assim o público adora ela, é uma das favoritas. A Ju Moraes, que também canta muito, não sei se tem uma voz tão impactante quanto a da Ellen, mas tem um estilo, presença de palco, carisma, o que agrada muita gente. Eu gosto muito do estilo que ela canta, um axé misturado com samba.
CF: Você acha que algum participante escolhe uma música para impressionar um determinado técnico?
GF: Acho que não. Temos todo um suporte, não escolhemos a música sozinho. Eu nunca pensei em escolher para agradar a minha técnica (Cláudia Leitte). Sempre escolhi para ser verdadeiro e cantar seguro o que eu gosto. Pensava nas músicas que eram boas para mim e mandava para os produtores e para a Cláudia e eles me ajudava a escolher. Não sei se passa isso na cabeça dos outros, acho que não.
CF: Por que o The Voice Brasil fez tanto sucesso?
GF: Já suspeitava por programas musicais serem líderes de audiência em outras emissoras de outros países como Inglaterra e Estados Unidos. O Brasil tem um povo muito musical. A música é muito presente aqui. Era esperado isso acontecer, ainda mais na Globo e com a equipe que foi escolhida. Os técnicos são músicos fantásticos. Todos os candidatos, com seus jeitos peculiares, são muito bons, são os responsáveis por isso tudo.
CF: E para 2013, o que pretende fazer? Seguir a carreira de cantor ou se dedicar aos estudos?
GF: Estou no sexto período, conseguindo manter a faculdade e carreira artística. Minha profissão atualmente é artístico como cantor e compositor, estou trabalhando como isso. Além de estudar, pretendo continuar e me formar e manter as duas coisas por enquanto para ver o que vai ser. Não tenho a mente clara para definir qual eu prefiro ou qual eu quero. No momento eu sei que quero as duas coisas. Então, enquanto eu puder mantê-las vai ser melhor.
Entrevista realizada por telefone, sexta feira 14/12/2012
Contato: fiusa.caio@gmail.com